Me arrisco nas ilustrações, nesse blog coloco alguns desenhos:
https://moralezrafa.wordpress.com/
Abrax!
Me arrisco nas ilustrações, nesse blog coloco alguns desenhos:
https://moralezrafa.wordpress.com/
Abrax!
Segue o link para mais uma crônica no site Nada Pop:
Essa eu gostei…
http://nadapop.com.br/cronica-me-myself-and-my-microphone-por-rafael-moralez/
Saudações
Ando escrevendo umas crônicas para o site Nada Pop, caso tenham curiosidade segue o link:
http://nadapop.com.br/category/cronicas/
Fora isso continuo no doutorado e em breve vou para algum lugar que ainda não sei!
espero que todos estejam bem!
Grande abraço!
Saudações
Morei em Paris uns anos atrás, cidade boa!
Era tranquilo, tomava vinho… …na época houveram ameças de ataques terroristas, saí de bicicleta de madrugada fotografar os lugares vazios, nesse dia só tinha eu e a polícia nas ruas.
Tomara que tudo fique bem logo por lá!
Tem umas fotos nesse link!
Abrs!
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.158513050833853.34967.100000254766019&type=1&l=fb4d2fcd19
Hey!
Muito tempo que não escrevo aqui! Talvez porque faz tempo que não faço uma viagem grande de verdade!
No momento faço viagens acadêmicas, por conta do doutorado que curso fico lendo um monte de coisa e só a cabeça vai, a barriga cresce e as horas na frente do computador também.
Estou maquinando um jeito de botar o pé no mundo mais uma vez!
Talvez volte a escrever sobre São Paulo… …dá pra viajar na cidade!
Ou dou uma bica em tudo isso e saio pedalar que é o que me faz feliz de verdade!
Abrazos!
Olás
Aqui tudo caminha em um bom janeiro… …2000 e crazy como disse amiga minha!
Recebi um e-mail da editora Balão, que lançou esse blog no formato livro, eles receberem um e-mail de um professor francês chamado René Pélissier que escreveu um artigo sobre a Àfrica onde cita o Boiando em Moçambique.
O link para a revista acadêmica onde ele publicou vai logo abaixo e vou dar um jeito de colocar a página onde cita o livro aqui. Ele fala bem do Boiando em Moçambique e diz que posso ganhar a vida escrevendo sobre viagens caso o mestrado não dê dinheiro.
Bom que o mestrado não vai dar dinheiro isso é certo… …quanto a ser escritor de viagens estou trabalhando pra conseguir alguma coisa nesse sentido.
http://www.africanos.eu/ceaup/index.php?p=k&type=AS&pub=92&s=2
É bom ser citado, afinal algum tipo de reconhecimento é sempre interessante. O Brasil é legal mas as vezes encheo saquito e dá vontade de ir lá longe ver o que tá acontecendo.
Enquanto isso vou escrever para o professor René dizendo que muito agradecido estou e que em breve cito ele também em alguma coisa que escrever por aqui.
Teve show do Bootsy Collins e eu perdi, tinha convite mas não fui!
Agora vou estudar mais porque senão o mestrado não vai dar em nada mesmo!
Grande abraço!
Ao som de Philip Glass
Das Micareta
Se o carnaval fosse na Alemanha ou em terras nórdicas a festa se chamaria Das Wunf Carneval, e um carnaval fora de época seria denominado Das Micareta. Como isso tudo acontece aqui pelo Brésil mesmo temo nome de Carnaval e Micareta, o que cabe melhor ao festejo popular.
Um carnaval fora de época é chamado de Micareta.
Uma Micareta fora de época é o próprio Carnaval. Pai da Micareta. Sacaste.
Sacaste o sarcasmo? Isso tudo pra dizer que a sociedade agora entra naquele modo de funcionamento onde nada de sério é resolvido porque logo-mais-tem-o-carnaval… …e daí, depois tem páscoa, então também não dá pra resolver nada antes da páscoa?
Resolvi que voltarei a escrever pelo menos duas vezes por semana nesse blog. Coisas de São Paulo e planos mirabolantes para o futuro.
No momento faço um segundo mestrado… …não me perguntem porque estou fazendo um segundo mestrado, não sei responder essa pergunta, mas é fato, daqui a pouco acaba ele, eu acho!
No momento em São Paulo, e por aqui fico mais uns meses, depois parto… …a dor do parto! A felicidade do parto!
Um desenho que me pariu!!
Ao som de Red fang, banda nova que conheci e é boa pacas!
Abrazos!
Hey !!!
Tudo bem!
Quanto tempo não escrevo aqui… …acho que voltarei a fazer isso viu! Deu saudade de postar as coisas diariamente… …na verdade deu vontade de sair mundo afora de novo, mas isso são outros quinhentos!
Olha só, saiu no blog da MTv (aquele canal que um dia, a muito tempo atrás, tocava música, rock sabe!!!) então eles publicaram uma matéria sobre o livro e eu dei uma pequena entrevistas em vídeo.
Lê lá meu!!!
ó o link – http://valerumlivro.mtv.uol.com.br/2012/07/12/boiando-com-rafael-moralez/
Por aqui ando em São Paulo de novo, faço um segundo mestrado, não sei ao certo porque faço isso, mas faço!
Ando de bike quando não chove, desenho bastante, tomo chá, comi um macarrão bom hoje e de vez em quando escrevo umas coisas aqui e outras ali!
Ah minhas costas não doem mais… …isso é bom, muito bom!
Então se você não leu o blog vai lá embaixo no primeiro post e começa de lá, esses último são sobre Paris, um lugar cheio de franceses que gostam de queijo e vinho… …eu também gosto e não sou francês nasci em Piracicaba!
Grande abraço a todos e volto a escrever aqui, antes vou fazer um chá de hortelã ali e já volto!
Rafa
Ao som de – chuva paulistana
Hey pessoas!
Então tá assim… …eu aqui continuo estudando pacas… …mas tem acontecido um movimento interessante com as ilustrações. A exposição saiu do Jazz nos Fundos em São Paulo e foi para o Rio de Janeiro, em uma galeria que chama Reserva+, muito legals isso tudo!
Agora vou caçar outro lugar aqui em Sp pra quando os quadros voltarem!
Penso em voltar a escrita aqui nesse blog… …Seo Moralez, meu pai, disse que estou perdendo tempo, acho que sim!
Então vou procurar uns assuntos que sejam interessantes para aqui dizer algo a respeito!
Mando uma foto da exposição carioca!
Abratos!
http://hotfile.com/dl/114322589/65668f1/BOIANDO7.rar.html
Lá pelas 19:00… …apareçe lá meu!!!!!
Andanças pela cidade e no fim do dia os corredores.
Na vitrine o gatinho deitou e com a segurança do vidro ficou como uma peça de roupa a venda.
Hoje não tem foto!
Pois bem meus camaradas, meus comparsas… …aqui o trabalho praticamente acabou, falta só um relatóriozinho que já tá quase pronto… …então me mando dessa terra moçambicana (graças a Jah porque meu saquito já encheu!) e vou África afora!
Passei em frente e fotografei, depois entrei pra ver o que era e não vou contar a ninguém, o texto acima é só pra confundir, só eu sei… …SÓ EU SEI!!!!!
As melhores situações de carga não estão aqui, vou tentar registrar em fotos. Tem cada absurdo que só em foto pra poderem acreditar.
E o tempo por aqui acaba rápido, amanhã rumo a Johanesburgo, o blog volta a ativa!
Fui
Rafa
Tô no Brèsil, volto para terras africanas dia 26.
Pão francês é bom pacas hein!!!
Falous
Rafa
Algumas pessoas me perguntam se aqui tem cinema, ou se tem mercado, ou se é mesmo como um acampamento, vou dar uma panorâmica sobre a vida material que me rodeia.
Entretenimento como cinema não tem, o antigo que havia na época dos portugueses virou igreja, mas devia ser bem bonito quando ainda em funcionamento. A cidade tem 6 ruas asfaltadas e uns restaurantes de Sul Africanos que fazem uma carne decente, uns barezinhos maizomeno pra tomar umas beers, e os ambientes moçambicanos mesmo, que são os mais interessantes no fim das contas.
Viver aqui tem seus contratempos, afinal o país é pobre e carente em muitos aspectos, quase todos. Mas os brasileiros gozam de boa estadia. Algumas pessoas me perguntam sobre isso. Moramos em uma confortável casa construída pelos portugueses. Eles foram expulsos com a revolução e deixaram uma boa base construída, algumas dezenas de casas no estilo modernista, belas linhas e grandes cômodos, agora com ar condicionado em todos os lugares, que é pra agüentar o calor local.
Tem guarda na porta de casa, segurança é bom. Temos carros a nossa disposição, caminhonetes Ford Ranger novinhas, com free combustível, a internet é lenta mas funciona bem o suficiente. A cidade tem uns quatro mercadinhos que trazem comida e produtos da África do Sul, tudo importado dos EUA e Europa, então dá pra comer chocolate belga e tomar chá inglês, ao mesmo tempo que o sabonete vem de Portugal e o suco da Califórnia. Produtos moçambicanos só o básico mesmo tipo sal, açúcar, óleo, etc. A carne bovina não é lá essas coisas, tem o frango local que bem assado até que passa. Fora isso a cerveja é Amstel ou Heinneken, se bem que a marca moçambicana Laurentina não deixa a desejar. O trabalho, no meu caso educação e cultura, é bastante interessante, visitar e conviver com essas pessoas é uma aula de vida, dá uma chacoalhada no cidadão e você começa a ver que tem coisas muito mais importantes, mas as vezes em sumpaulo a gente esquece disso. Além de possibilitar de conhecer lugares em que o turismo convencional tipo Stella Barros nunca chegaria. Tenho o privilégio de conhecer estes lugares, sempre pensei em vir pra Àfrica, mas jamais chegaria aqui, esse lugar não é nada turístico. Lógico que os contratempos são muitos e fortes, tem a malária, tem a dificuldade em realizar o que é proposto, tem a burocracia local, etc… …mas em qualquer lugar do mundo há contratempos. Bom mesmo é não ter barreiras dentro da cabeça da gente né!
Tomara que com esses escritos tenha conseguido pelo menos mostrar um pouquinho do que é o viver moçambicano, se dar bem e se dar mal aqui. A saudade de quem a gente gosta existe, a vontade de tocar bateria e andar de bicicleta tranquilamente também, o desejo por um pastel de feira e garapa nem se fala então, mas viajar e viver em outro país é isso também, é se privar de tudo o que tem por hábito, senão qual o motivo de vir aqui pra esse fim de mundo, seria mais confortável ficar em casa com tudo isso que sinto falta. Mas daqui a pouco a volta acontece e dá pra colocar tudo em dia, inclusive de lembrar como era a vida aqui, e sentir falta das dificuldades e coisas que agora parecem tão ruins. No fundo nada é tão bom, nem tão ruim assim que mereça ser mantido ou negado, depende de como se compreende o viver e a própria existência.
Eu gosto de rodar por aí! Tem tanta coisa legal pra ver… …vale à pena!
Abrazos!!
Ao som de: Alice in chains – antigão esse
Rafa
É isso aí!
Ao som de: Ministry – Psalm 69
.
e
e
Aqui tem muita coisa de outros países.
O comércio para quem tem grana é todo de importados, locais só vegetais e frutas nada parecidos com aqueles de propaganda mas sim pequenos e judiados na estética, no entanto as frutas são saborosas. A banana é boa, o mamão também. O peixe é o forte da região, visto que o Rio Zambeze que divide Tete e Moatize é grande e tem muito peixe, mas eles cozinham o peixe mal. As vezes com umas técnicas (conforme mostra a foto) pouco promissoras no quesito limpeza.
Esse que mostro logo abaixo é o peixe seco, fiquei pensando entre experimentar ou não… …confesso que demorei uns bons minutos entre o como ou não como!!?? No fim peguei um pedacinho mas não comi, devolvi para o chão. Pelo menos o feirante não ia poder reclamar que estava devolvendo o peixe mais sujo, ou que tinha colocado a mão no peixe!! Você prestou atenção na situação do coitado do peixe!!
A carne bovina vem de Botsuana ou Zimbabwe. Prefiro não comentar o estado ou a aparência.
Funciona assim: Você compra, frita, come e reclama depois… …daí vai lá e compra de novo!
O comércio também é feito na beira da estrada, sempre as mesmas coisas. Mas em barraquinhas diferentes, o que faz com que eu compre cada coisa em uma para conversar mais com o povo. Na cidade tem umas vendinhas de indianos e árabes, mas eu não gosto muito de conversar com eles não! Também lá eles vendem coisas estragadas e com o prazo de validade tudo vencido. Mas tá limpo!!
Os portuga vieram pra cá, depois foram expulsos, mas deixaram umas construções bonitas, essa da foto é bem legal, vou postar mais umas depois! E tem também as cabelarias, são uns boxes onde o povo raspa a cabeça, ainda não preciso cortar as madeixas, no entanto, lá irei quando precisar! E por fim o Take away Almas, que coloco aqui só pra fazer o trocadilho de que aqui se vende ATÉ A ALMA.!!! Há, há, há… …entenderam!! Muito boa essa!!
Fui!
Apeixes!
Ao som de John Zorn & Electric Masada
Não posso privar os convivas deste pequeno sítio virtual de experiência gastronômica tão intensa quanto a por mim vivida no feriado último. Foi feriado aqui também, 7 de setembro é Dia da Vitória, Em homenagem à assinatura dos Acordos de Lusaka. Voltando de Malawi deparei novamente com o mercado de Mussacama, é a terceira vez que vou lá. Estava tendo feira de novo e tinha os frangos… …ah os frangos! Uma sequência de mesas de ferro em que as mulheres fritam frango e batata. É o KFC mussacaniano. O cheiro é bom, as batatas brilham a luz do sol, os frangos estão bem passados, mas confesso que encarei só a batatinha. O frango não dei conta não! É muito sujo e não tem como saber a quanto tempo eles estão ali, nem como foram abatidos! Dá pra pegar um vírus ou algo assim muito fácil por aqui, entonces o negócio é não bobear. Mas que dá vontade isso dá! Detalhe para a foto dos quitutes especiais, o pé de frango preto é o mais caro e requisitado!
Apeixes!!
Ao som de – teclado do escritório
Coloquei um link aqui no blog pro site do meu xará Rapha que fez uma premiada guitarra de bambu, dá uma olhada lá, é bem legal!
Tem esse link tb
Fui pro Malawi, país vizinho aqui! Fiquei em Cape Maclear, ou Lago Niassa, bonito lugar. Água bem clara, boa temperatura, dias quentes e cerveja Carlsberg. O mestrado lá me esperando! Perguntei se havia crododilos por ali, todos os locais disseram que não, só bem longe, então podia nadar tranquilo. Mas vai nadar lá pra ver se você fica tranquilo?!.
Até porque não vi um habitante local nadando, fica todo mundo na areia! Dá pra desconfiar, mas fui mesmo assim. Nadei um tanto, mas lá no fundo dá maior medão! Vem a sombra das nuvens e faz uma mancha escura no fundo do lago que tem àgua bem clara, vixe!! Tive meu momento Michael Phelps, voltei pra terra rapidinho! Até porque os locais são bem confusos, uns disseram que crocodilo fica só na beirada, lá no fundo não tem problema que eles não vão. Mas pra ir pro fundo tem que passar pela beirada pô!!!
Outros disseram que crocodilo só fica no fundo, então a beirada é o melhor lugar! Lembrei dos documentários da TV em que o aligator pega zebra e afins na beirada. Na dúvida fiquei no fundão!
Um pouco mais longe tem uma praia com babuínos, mas o esperto foi sem câmera. A vila tem uns lugares para turista americano ficar, que são bons e confortáveis, mas o legal mesmo é o boteco local. Fui em um com o Ricardo, um amigo moçambicano, tocava reggae, a cerveja era Kuche-kuche marca localç e não Carlsberg, acabou que comprei um djembe feito pelo cara que estava jogando sinuca. Tudo bem pacífico e tranquilo. Lá eles só falam inglês, mas com um sotaquezinho ruim de entender!
A viagem é longa e tem uma fronteira entre os países ruim de passar, demorada, burocrática e com policiais extremamente corruptos. Eles querem tirar alguma grana de você a qualquer custo. Passei por ali a noite, tudo escuro, tem pouca luz e por uns 3 minutos a luz acabou de vez. Foi bem esquisito ficar entre o Malawi e o Moçambique sem luz, ali tem um trecho que é terra neutra, fiquei pensando “Se acontecer alguma coisa agora acho que não vai ser muito fácil de resolver!!”. Mas nada aconteceu e tudo correu bem como sempre!
Agora acho que vou terminar o mestrado!
Abreizes!!
Rafa
Ao som de Faith no more – Angel dust
Vou pro Malawi amanhã. É um país vizinho aqui! E tenho que terminar o mestrado, recebi ameaças do meu orientador!
A gente nunca sabe realmente com quem está trabalhando!!!
Falous!!
Intés!!
Rafa
Músicos locais com instrumentos feitos ali mesmo e uma musicalidade muito interessante. O nome é The Kasupe Jazz Band, estava escrito no barço do baixo a caneta!
Estava em Mussacama que é um povoado a 150 Km de Moatize. Uma série de cabaninhas na beira da estrada e um mercado de rua tipo Kuatchena (veja uns posts atrás caso não saiba o que é) só que mais interior, mais caipirão. Lá conversamos com o lider local e fomos ver a banda. Muito bom!! A batera é uma mesinha de sucata com os mais diferentes sons, o baixo tem um corpo que é um tambor e serve de bumbo, a guitarra é feita ali mesmo e tem corda de arame. Encomendei uma guitar, custa 200 meticais, só não sei como vou levar para o Brasil!
Todo mundo dança e canta! E nínguem tem vergonha ou fica de frescura! Muito legal mesmo!
Postei uns videos no youtube, aqui não dá pra colocar, dá uma olhada lá:
http://www.youtube.com/watch?v=k4va4E2dL_s
http://www.youtube.com/watch?v=3_obLCDF-b0
http://www.youtube.com/watch?v=V2IOherB-do
São curtinhos mas dá pra ter uma idéia.
Antes disso fomos buscar 10 lanches na sede do trabalho aqui para levar aos lideres da comunidade, só que na cozinha nos deram duas caixas enormes com 54 lanches e sucos, colocamos tudo na caçamba da caminhonete, assinei o protocolo do cozinheiro e pé na estrada. Só depois fomos perceber que os lanches não eram nossos, foi uma confusão. Distribuimos lanche pra todo mundo lá em Mussacama, depois ficamos sabendo que eram para uns técnicos da empresa que trabalho. Tarde demais!! Fizeram outros para eles!
Abreixes!!
Ao som de Intronaut – Null
Há uma errata.
Recebi um longo e-mail de meu amigo Leandro que lembrava toda a etimologia do adjetivo “bilontra”, utilizado por mim em duas ocasiões. A primeira se referia a mim, quando do feito da foto da autoridade policial, a segunda se referia a meu amigo Conrado Augusto, o famoso Augustinho das boas rodas da alta sociedade quatrocentana paulistana, habitué das colunas sociais e papai de plantão. O improvável aconteceu!! Sim! Eu errei! Ignorava o significado profundo e todo conceito submerso no adjetivo bilontreano. No entanto tive a memória refrescada pelas sábias linhas Leandrescas e agora, aqui, publico minha errata. Nunca quis referir-me a Augustinho como velhaco, tampouco a mim mesmo, mas sim, como um indivíduo de boa moral e costumes, como é de fato. Para resolver o feito de vez, substituí nos textos o uso do adjetivo bilontresco, e depois de longa pesquisa no léxico do Balão Mágico (saudosa banda dos anos 80, qual nunca escutei, tampouco gostei), inseri o termo “Pimpão” em seu lugar, extremamente coeso com a ocasião. Desfeita a turba, oxalá erros assim não mais ocorram!
Aproveito para enviar a foto de outro embondeiro. Essas árvores são muito grandes mesmo, estou tentando dar uma proporção do negócio. Se prestarem atenção na foto tem um ser saindo de dentro do tronco, sou eu. Essa árvore é uma caverna, dentro funcionava uma cozinha, é grande, deve ter um pouco mais de 3 metros de uma parede a outra. Vou tentar tirar outras fotos.
Depois fui comprar umas balas e o vendedor organizava sistematicamente as balas de duas em duas, perguntei se ele vendia uma só. A resposta foi “Não, só duas!”, comprei seis, mas não sem antes tirar uma foto da organizada barraquinha dele. Depois quando estava indo embora uma mulher parou e perguntou:
– Porque ele está tirando foto?
– É das balas!! (respondeu ele)
– Vai entender brasileiro!!!
Fiquei pensando sobre isso, e ela está certa. Ando tirando foto de chinelo amarelo, camelô de bala, será que no Brasil faria mesma coisa?
Depois tentei dar umas balas para um casal de criancinhas na rua, todo empoeirados, quando mostrei as balas eles sairam correndo em disparada com cara de medo!
O que a nossa presença causa aqui?
Amanhã vou para Mussacama, não me pergunte onde é!
Na verdade estou com uma vontade muito grande de comer Virado paulista. Vocês não tem idéia da falta que um torresmo faz na vida de um homem!
Abreizas!
Ao som de slayer – Decade of Aggression LIVE
Como vão vocês todos por aí!?
Aqui tá tudo numa nice!
Tudo birináite!
Tudo all right!
Tá quente e tenho saudade de coisas básicas como pão francês. Aqui a gente come o que tem. Tenho vontade de ir no cinema também. Além disso tudo tenho vontade de estar a direita de deus pai todo poderoso, de onde há há há de vir julgar os vivos e os mortos.
Aqui é assim! Gosto de falar isso pois dá a impressão de que aqui é assim mesmo. Legal o Omolete, tinha pensado em ser um omolete com Omo, detergente seria como um tempero, mas acho que prefiro a alternativa dos ovos do mesmo sexo! Dica do Conrado Augusto, pimpão como sempre e futuro-papai de plantão!
Fim de semana que vem é feriado aqui, vou para um país vizinho que chama Malawi, sei lá o que vai rolar, mas me disseram que tem uma caminhonete indo, eu vou subir em cima e seja lá o Jah desejar!
Escrevi um micro conto:
Conheci uma ex-BBB. Ela é turbinada. Ela é sarada. Ela é uma ampola de sabedoria. Ela é global. Ela não é SBT. Ela é tudo o que sempre quis ser. Ela não tem conteúdo, mas está cheia de si. Ela não entende bulhufas de música. Ela samba miudinho. Ela sabe que já sofreu, e esconde isso querendo mostrar. Ela fez o “jogo” dentro da casa. Ela sorri a qualquer instante, e para qualquer coisa. Ela está pronta para os flashes. Ela quer o Amaury Jr no cangote dela, embora ele não seja da groba. Ela usa saia curta. Ela usa saia longa. Ela usa qualquer saia que derem para ela. Ela gosta mesmo é da atenção. Ela diz que não vai ligar se as pessoas esquecerem dela daqui uns meses, mas olhando bem lá no fundo dos olhos dela você já percebe uma ponta de angústia desse futuro e certo esquecimento. Ela nunca vai deixar de ser ex-BBB. Ela não vai estudar, nem começar a ler. Ou mesmo fazer um curso de técnico administrativo no Senac. Ela é um estouro. BUM!!!!
Fui!
Abraxas!
Ao som de Bad Brains – Black dots
A pedidos envio o menu do Copacabana. Mas tem outro lugar que fica na Vila de Moatize que é um caso a parte. Chama Marilina. A história é a seguinte. Marilina, jovem portuguesa, casa com um homem mais velho, tipo ela tinha 17 e ele 50, e vem com seu old maridão para Moçambique fazer a vida aqui no sertão de Moatize. Porém o marido morre alguns meses depois da chegada, Marilina em um momento de atitude “E o vento levou” assume a bronca de viver sozinha em Moçambique e tocar o pequeno restaurante com a promessa de que um dia a mina de carvão voltaria funcionar. E não é que voltou!!! UEBA!!
Ela é conhecida por bater nos funcionários. Não sei se é lenda ou folclore local, mas não pago pra ver! Tem que ouvir todas as versões da história. Só tomei um café da manhã lá. Eles trazem o pão e o café e como quem não quer nada tem uma garrafa de Johnny Walker na bandeja, oferecem de maneira casual, como se fosse uma geléia a mais na mesa. Vai um whiskizinho junto com o pão na chapa?? A engenheirada local deve chupitar um malte desgraçento naquele lugar! Pros garçonetos oferecerem goró logo no período matutino é porque houve uma dependência de caminho que promoveu um processo cognitivo de aprendizagem local! Bonito esse momento institucional do dia!!
Abreizes!
Rafa
Ao som de Groundation – Each one teach one
Falei de Ipanema no post passado! Amigo meu mora em frente a essa lanchonete, ele fala que mora de frente pra Copacabana! Postei para fazer justiça ao RJ, e também ao meu brother e Xará Rapha que vai construir uma batera de bambu! Ele já fez uma guitarra, vou colocar o link dele aqui no próximo post! Ainda não comi no Copacabana, prometo que irei assim que for possível!
Ao som de Infectious Grooves – Sarsippious Ark
Hoje é meu aniversário!!!
Mas quem ganha o presente é você!
Um lindo desenho feito por mim!
Fiquem bem! Vou tomar umas Laurentina Premium (beer local) e dormir cedo que amanhã vou fazer sei lá o quê!
Abreixes
Negativo
Vai uma foto aí! Eu em meu momento turista deslumbrado!
Fui adquirir uma bicicleta dias atrás. Antes de mais nada fiz uma longa pesquisa entre as duas marcas locais, que por sinal fazem o mesmo modelo. Então não tendo muito a pesquisar fui lá e escolhi a que tem o nome de Hunter, fazendo assim justiça ao espírito de gringo-na-africa. Hunter!
Faltou dizer que as marcas são locais da China, como em todo lugar do mundo aqui os chineses estão a invadir ora pois! Eles vendem tudo quanto é badulaque pros moçambicanos, que, desprovidos de tudo quanto é bem material compram na medida do possível. E esse possível é bem pouco!
Mas voltando a bike, numa dessas pesquisas fui conversar com um cidadão no fundo de uma loja que sentado no chão montava as bicicletas. Desnecessário dizer que o lugar era imundo e que no lugar de chaves e ferramentas diversas ele fazia tudo com “um” alicate. No momento da conversa ele montava os raios do aro, e percebi que conforme ele falava alguma coisa reluzia na boca dele, pensei ser um aparelho de ortodontia, mas logo descartei pois o cara nem dentes tinha. Cheguei mais perto e fiz outra pergunta, quando ele falou percebi que todas as porcas e arruelas do aro estavam dentro de sua boca, ele colocava ali para ser mais fácil tirar e colocar na montagem do aro. Então observei, e vi, que ele separava na boca a porca e a arruela para a montagem das rodas, intercalando e otimizando a linha de montagem, que se resumia a ele mesmo. Uma hora saia da boca uma arruela, que era colocada em seu lugar, depois vinha uma porca, que sempre traz consigo um pouco mais de baba, dá-se um apertãozinho e vamos para o outro raio. Terminada esta roda ele não titubeou e pegou um montinho de porcas e arruelas que estavam no chão, cheio de óleo e areia, deu umas batidinhas pra tirar o grosso e colocou tudo na boca, iniciando assim a montagem de mais uma roda. Oficina moderna. No pneu da minha bicicleta tem um pouco de baba africana, nada mais colonizador ou estrangeiro dominante que isso.
Descobri que existe também o dia da mulher que é 7 de abril, devia ser 1º de abril, maior mentira. Elas sofrem o ano inteiro e ficam com um dia só para elas. No dia da mulher elas podem sair a tarde e beber, mas depois tem que prestar satisfação aos maridos, e quando anoitece voltam pra casa. Tudo mentira que é dia delas.
Conheci um cidadão que chama Verniz Manjericão, você pode achar que é brincadeira mas não é! Os portugueses que aqui estiveram não sabiam escrever os nomes dos africanos, então colocavam a função ou alguma outra palavra que tivesse relação com a família do cidadão. Tive uma reunião com uma pessoa chamada Sr. Tapuletha Trabuco. Mas mantive a seriedade o tempo todo!
Ah… …conheci também uma agradável senhora gringa americana que está fazendo o lindo trabalho de traduzir a bíblia para os idiomas africanos como o Inhungue, assim ela poderá catequizar toda a África com a palavra do Jéza nos dialetos locais. Não é bunitu isso! Jéza is beautiful! Os costumes, lendas e tradições locais que se fodam, vamos enfiar o salmos goela abaixo e colocar todo mundo de joelho pra repetir o credo! Agora todo mundo com a mão pro alto!! É parecido com uma micareta, mas tem menos cerveja!
Fui!
Abreizes!
Quero deixar aqui meu agradecimento a Geraldo Martins por ter dado a idéia do blog (vejam link para o blog do Geraldo nos links que indico) e ao Mateus Potumati (vou colocar um link para o Mateus logo mais) que também me incentivou e construiu a página para mim. Valeu mesmo! Thanks!
Acabo de completar minha cesta basica. Tenho uma bike local e um bom azeite de oliva.
Ontem voltando do trabalho, por volta das 7 da noite, a pé, escuro pra burro, porque tem uma lâmpada de 30 velas a cada 400 metros e todo mundo é negão, então não consigo ver ninguém, e eu lá no meio parecendo um marca texto pilot amarelo, mó bandeira, mas fui comprar umas bananas numa banca que nem sei por que parei ali, era o pior lugar para comprar banana, todas as outras bancas tinham frutas melhores, mas comprei mesmo assim, fiquei com vergonha de ir embora. Caipirice minha mesmo.
Depois fui numa vendinha dum indiano e só tinha uns queijos podrões lá. Comprei mesmo assim porque estava com vontade de pão com queijo, aproveitei e tomei um refrigerante local, chamado Sobo e que tem o delicioso gosto de corante amarelo. Depois fui na mesquita que não me deixaram entrar, insisti, mas de nada adiantou, disse que precisava “ver-lá-dentro” pois iria embora do país amanhã, eles disseram que tudo bem, desejaram boa viagem e fecharam o portão. Amanhã volto lá e digo que meu vôo atrasou, e que agora é sério mesmo, preciso entrar pra rezar ou vou me foder com o Alah.
Antes de ir pro hotel, que chama Smart Náira, um hotel de uma estrela com serviço de cinco estrelas, está escrito na placa da porta, voltei da mesquita para o indiano porque tinha esquecido de comprar água, comprei 4 garrafas e ele não tinha troco, me deu em chicle (artimanha universal essa de dar bala e chicle no lugar do troco), devolvi o chicle e disse que queria meu dinheiro mesmo. Ele disse de novo que não tinha, então devolvi as águas e fui comprar em outra venda, que descobri que fecha cedo. Voltei ao indiano e peguei as águas e as balas de troco. Desgraça!
Aqui tomo água pra caramba, e há entre os gringos a paranóia de que tem que ser mineral de garrafinha, então até nos banheiros para escovar os dentes usa-se água mineral, eu uso da torneira mesmo. Desconfio que tem gente que até lava a mão com água de garrafinha. Bom… …aí é pobrema deles! Mas é necessário beber muita água, o clima é quente e muito seco e ficar doente aqui não é uma boa estratégia, então manter-se hidratado é legal. O que ocorre é que todo mundo, branco, anda o tempo todo com uma garrafinha de água na mão, pra cima e pra baixo, então parece que você está numa rave, só falta o trance-jungle-beat-disco-mega-mix-dildo-turbo-5000, daí os branquelo ia delirar.
Aqui no escritório as lâmpadas ficam acesas o dia inteiro. Tem janelas grandes e um sol de rachar lá fora, mas mesmo assim as lâmpadas ficam acesas. Como tenho uma espécie de TOC em relação a lâmpada acesa e torneira aberta sempre apago a luz aqui. Tem uma em especial que fica no corredor que eu sempre apago, e tem um sujeitinho que acende. Ontem ele acendeu, e eu apaguei, isso aconteceu umas três vezes durante o dia, entre idas e vindas da cozinha e do banheiro, apagava a luz. Na última ocasião em que ele acendeu a luz, esperei um pouco, quando levantei e estava com o dedo no interruptor pra apagar ele saiu da sala e me viu, apaguei do mesmo jeito. Como todo africano ele não moveu um músculo da face, mas devia estar pensando alguma coisa por dentro que não tenho o mínimo interesse em saber.
Aliás eles deixam tudo aceso, aberto e ligado, a torneira da cozinha fica aberta também, a água indo ralo abaixo e todo mundo conversando e dando risada. É bonito de se ver. Daí você diz: “Pode fechar a torneira?”, e elas respondem, “Estou a usar!”, com o sotaque lusitano fazendo jus a maneira de utilizar a água.
Na frente do escritório tem um bairro bem popular. No Brasil seria chamado de favela, mas para os padrões locais de assentamento urbano é um bairro comum, não dividido em ruas, mas sim com vielas tortuosas que ainda não percorri, e pelo jeito nem vou me meter lá no meio. Eles gostam muito de assitir filmes e tem uma espécie de cineminha, composto por um aparelho de TV e um DVD, em que pequenos grupos ficam a ver filmes o dia todo. Ah… …são uns playboys esses africanos, bons vivants, curtem a vida, o dia e o jeito quente que o continente aplica sobre o ser. O detalhe é que daqui onde estou não consigo ver a TV, porque está lá no meio do tortuoso-bairro-que-não-vou-visitar-pelo-jeito, mas o sistema de som dos filmes é dividido com todos através de um potente, e de baixa qualidade, alto-falante. Então passamos o dia a escutar filmes aqui no escriptorium. As vezes rola uns de terror e da pra saber os picos de tensão típicos do cinema norte americano. Semana passada rolou um em que tocava uma música que se parecia com aquela “…chorando se foi, nã, na, na…” sabe?
Mas eles gostam mesmo é das comédias românticas… …ah, o viver africâner!! Na verdade eu não sei que filme eles assistem. Mas sei bem o que eles estudam, o que ando lendo de relatório de ensino do governo do Moçambique não tá no gibi!
As mulheres se vestem com uns panos coloridos enrolados na cintura por cima da saia, no tronco e carregam os filhos de um jeito muito legal, chamam Kapulana, muito bonito.
Como nem sempre a água ta gelada como uma bala tipo halls extra-forte, na verdade é uma que chama Fishermans friend Super strong mint, e tomo água na seqüencia, assim parece que ta geladinha. Comprei um pacote grande dessas balas, tinha nada pra fazer quando passei pelo aeroporto de Johanesburgo, uns dólares marcando bobeira na carteira… …gastei tudo em bala!
Amanhã vou a uma feira popular. E pergunto:
Tem alguma coisa aqui que não seja popular?
Aqui não se usa desodorante, o povo tem uma catinga desgraçenta, e para eles ta tudo ok. O garçom que traz a sua comida para a mesa segurando o prato com o dedo parte sobre o bife também tem futum suvacal. Você sente a uns 3 metros de distância. É sério! Amigo meu que morava no outro hotel da cidade disse que uma vez pediu uma toalha a camareira e ela trouxe debaixo do braço. Impossível usar, pediu pra trocar, e ela veio de novo com a toalha debaixo do braço. Ele pediu pra trocar pela terceira vez e disse bem claro carregue com as mãos, não coloque debaixo do braço. Parece brincadeira mas não é. Impossível usar a toalha, bote fé. Parece que o povo acorda cedo procura um gambá e passa no sovaco.
Vou comer, tô com fome!
Abraxas
Rafa
Acabei de descobrir que não estou em Moatize, mas sim em Tete, Moatize é do outro lado do rio. Fui comprar água e umas beers em uma birosca que chama fofinha, nada mais que um buraco numa parede suja e malcheirosa onde uns 20 moçambicanos ficam bebendo do lado de fora numa rua poeirenta de terra. Comprei e saí, eles ficaram falando da negra que tenho tatuada na perna, fiz de conta que não entendi, se eu arrumasse uma confusão ali teria sérios problemas. Aliás um brasileiro que aqui mora contou que lincharam um cara ontem na frente da casa dele. Esse papo de que aqui é tudo muito tranqüilo e pacífico pode funcionar para a capital, mas aqui no interior onde estou a coisa rola de outro jeito, Me disse que um cara tentou roubar a moto de uma mulher e os caras da rua bateram nele até a morte, o Estado não existe aqui, eles resolvem na mão mesmo. Fiquei muito mais cuidadoso depois dessa, acho que não vou invadir nenhuma casa como o pretendido. Não tem nada, umas duas vendinhas e tudo bem sujo. Moro num hotel que não lembro o nome, mas tem uma infra legal, os militares batem continência para mim, respondo com um positivo e as vezes com um sinal de metal (indicador e mindinho) dizendo YEAH! Eles levam a sério e mantêm a continência.
Aliás… …o olhar do negro moçambicano é um misto de que-porra-você-ta-fazendo-aqui com você-é-branco-tem-mais-dinheiro-que-eu-então-me-ajuda um misto de desprezo e submissão, ainda vou pensar isso melhor, mas, por exemplo, educadamente dei passagem na rua a uma mulher e ela se recusou a passar antes de mim, insisti e ela baixou a cabeça e ficou imóvel. Outra situação, cumprimentei com aperto de mão e olhar nos olhos agradecendo os caras que carregaram minha mochila no hotel e no aeroporto pequeno de moatize, eles me olharam com espanto, tipo, que-ce-tá-fazendo, depois, meio segundo depois, um largo sorriso e algo como reconhecimento estampado na cara. Não sei, me sinto um aproveitador, preciso pensar isso melhor.
Conheci um cachorro, me disseram que ele era agressivo e arredio, fui chegando e brinquei com ele um tempão, a galera da rua ficou de cara, um dog bonito, de rua, vou tirar uma foto dele, acho que faltava carinho pra ele, não lembro o nome dele. Vou voltar lá.
Vou dormir!
Falous
Sexta feira aqui é chamado de Dia do Homem, no começo pensei ser
alguma coisa de igreja ou coisa assim, mas não, o Dia do Homem
consiste na liberdade do sujeito sair na sexta, beber, fazer o que
quiser e voltar para casa sem dar satisfações a ninguém, é o dia da
farra, dia em que eles voltam a ser solteiros. Tive a lúdica
oportunidade de participar de tal festejo, que acontece todas as
sextas feiras. Não é nada demais. Consiste em uma bebedeira grande, o
único diferencial é que as mulheres não reclamam depois. Como minha
cônjuge está no Brasil, então não corria esse risco. Agora sim pois
cometo o deslize de escrever e mandar com cópia para ela. Prova de que
não fiz nada de errado.
As mulheres aqui não tem vez em nada, elas não participam de nenhuma
tomada de decisão, o único direito delas é trabalhar nas Machambas
(que é a roça local para subsistência), cortar e carregar a lenha na
cabeça, cuidar dos filhos e arrumar o que comer, o homem bebe e fica
andando de lá pra cá de bicicleta.
Abridor de garrafas aqui chama abre-garrafas, não adiantou eu
argumentar que chama “abridor” apenas, pois eles dizem que abridor é
algo que abre tudo, e aquele objeto abre apenas garrafas. Faz sentido.
Então cheguei à conclusão que no Brasil muitas vezes o abridor de
latas, que tem abridor de garrafas junto no mesmo objeto, é chamado de
abridor. Isso não mudou a vida de muita gente aqui, eles não
entenderam. Aliás o raciocínio do moçambicano é igual ao do português,
é lógico, mecânico e no meu entender lento. Eles assistem ao mesmo
filme duas vezes seguida e se interessam por ele da mesma forma, como
se estivessem vendo pela primeira vez, olhos fixos na TV, não percebem
mais nada do que acontece em sua volta, hipnotismo total.
Pedi ao cozinheiro do hotel que ele fizesse purê de batatas, o diálogo
aconteceu da seguinte forma:
– Você sabe fazer purê batatas?
– Sim, sei.
– Então gostaria que hoje no jantar você fizesse purê de batatas com
frango, ok?
(Neste momento vejo sobre a bancada da cozinha uma pilha de batatas
cortadas em formato de fritas)
– Não é possível, estão cortadas para fritar.
(Detalhe que tem 2 hóspedes no hotel e o restaurante funciona para
atender estes dois hóspedes, sendo que um deles sou eu.)
– Mas… …basta pegar a quantidade de batatas que você ia fritar
para meu prato, cozinhar na água e amassar!? Certo!?
– Não é possível, estão cortadas para fritar.
– Mas dá na mesma!!!! Não importa o formato, para purê vai amassar
depois, então pode ser feito purê de batatas mesmo com elas cortadas
no formato para fritar, certo!?
– Não é possível, estão cortadas para fritar.
– …
– … (Silêncio em que o cozinheiro olha para você sem mover um
músculo da face, não há qualquer indício de movimentação interna ou
raciocínio no ser)
– ok, você venceu, batata frita!
O pior é que isso é corriqueiro, em todas as situações eles agem
assim, o Lucas que trabalha comigo acenou com um cigarro na mão para a
copeira aqui do escritório e disse “Sra. Laurentina traz uma caixa de
fósforos por favor!). Ela prontamente entrega a ele uma caixa de
fósforos vazia. Ele diz mostrando o cigarro: “Mas Laurentina está
vazia essa caixa!!“, ela responde, “Mas o Sr. Pediu a caixa, eu tirei
os fósforos de dentro.”
Tem um caminhão de situações, mas por hoje chega!
Só mais uma. Hoje no cardápio tinha arroz, feijão, bode ensopado e
camarão frito.
Sensacional!
Coloquei tudo no mesmo prato e mandei ver. Vai saber quando teria
oportunidade de comer bode com camarão de novo!!
Abreize!
Ja encontro-me em Maputo, capetal do Moçambique. O tecrado e deferente
entonces vai tudo sem acento.
Aqui eu me sinto aqueles gringos cor de papel sulfite que a gente ve
na Praça da Republica andando de boca aberta olhando pra cima. So tem
pretos, e raro ver um branco e quando vejo ele esta dentro de uma
Mercedes ou algo assim.
O Oceano Indico e parecido com o Atlantico, um monte de agua.
Vou dormir que estou zumbi de sono, depois mando as novas do
mundinho africaner.
Fiz uma poesia no voo:
Uns nasceram pra brilhar no mundinho
Outros nasceram pra correr o mundao
Eles passarao eu passarinho
Disse assim o poeta cuzao
Abreize
Rafas