As vezes está em português mesmo. Mas tem horas que aqui o idioma é outro! Ou então o sotaque é tão forte que não se compreende nada. As perguntas devem ser feitas com cuidado e pausadamente. Muita informação confunde. Cheguei aqui com a ansiedade que me é peculiar e o jeito paulistano de viver, hoje projeto um jeito zen de comer e andar. Os carros vão a 40 km hora nas estradas, não há pressa. Não há razão para correr!
É até melhor porque não tem nada organizado no transito, você vira onde quiser, obedece o semáforo se tiver com vontade e estaciona onde bem entender. Adar de bike é um exercício a parte, tem que ter muuuuito cuidado. Eles não temem o trânsito, entram na frente dos veículos que estão vindo em sua direção,mas não com uma atitude desafiadora, mas sim por total ausência de noção de como se portar no trânsito, ou o que isso representa de perigo. Até uns anos atrás aqui era um sertãozão, e de repente enche de caminhonete grande e gente guiando pra tudo quanto é lado. Vai levar umas gerações até organizar o lugar aqui.
Estou organizando um curso de apacitação ao ensino do Inhungue, ou Nyungwe, que é o idioma local, tem um povo aqui que está escrevendo um dicionário Inhungue/português, vou levar uns pro Brasil, mas aproveito desde já para adiantar alguns verbetes que podem ser úteis.
Adubação – Acto ou efeito de espalhar adubo no campo para melhor desenvolvimento das plantas
em Inhungue:
Kuwaza ndovolo m’munda kuti mbewana zikule
Abate clandestino: Kugwesa miyi mwa kuba
Capacidade: Nkati
Locomoção: Ufambi
E por aí vai… …a gente nunca sabe quando vai encontrar a chance de bater um bom papo sobre adubação e abate clandestino em Nyungwe certo!? Então é bom se interar a respeito para aproveitar a oportunidade!
O clima tá começando a esquentar, ontem mesmo fez um calor do cão! Mudei do hotel, agora moro em uma casa, ela fica entre a Fofinha e a barraca Ipanema, estou no eixo gastronômico de tete. Vou frequentar os melhores ambientes. Os pratos mais sofisticados. A comida aqui tá dureza meu amigo!!!
Fui!
Rafa
Ao som de Erasmo Carlos – 1971
9 de setembro de 2009 às 21:55
Se o ritmo “zen” te pegou já valeu muito estar por aí.Pois aqui as coisas estão rápidas demais e a gente…esgotado.
Abreizes
10 de setembro de 2009 às 19:05
que marginal que nada!
mas essa tua foto me deu uma saudade danada do cardoso….(a ilha por favor!)
12 de dezembro de 2009 às 11:54
Moatize parece interessante como é a segurança pública?Tem muita violêcia, roubo, mortes…? Tem como me enviar este tipo de informação? Aguardo, desde já muito obrigado.
13 de dezembro de 2009 às 15:37
Oi Relber
Tudo bem!
Você me perguntou sobre a segurança de Moatize no meu blog… …olha aqui é uma região bem interiorana, a vida das pessoas é vinculada a atividades rurais e em sua maioria de subsistência, o que faz com que o ritmo do lugar seja pacato. Agora com algumas alterações devido a presença de empresas grandes na região mas ainda assim pacato. Não há roubos ou criminalidade. Ando de noite a pé sozinho com camêra fotográfica, dinheiro, celular e não sinto perigo algum, eles são muito pacíficos os moçambicanos. Claro que há exceções mas é raro. O curioso é que quando alguém é pego roubando eles resolvem ali na hora mesmo, muitas vezes a pessoa é linchada. A polícia é extremamente corrupta e quando é chamada dá um couro no cidadão também! Depois pra compensar ele apanha mais um pouco na esquadra que é a delegacia local.
No geral diria que Moatize e Tete são cidades tranquilas sem problemas de violência.
Acho que respondi, mas se quiser perguntar mais alguma coisa fique a vontade ok!
Grande abraço!!
Rafa